segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

História da Tatuagem - Parte 2


A Idade Média baniu a tatuagem da Europa, com o argumento de que era "coisa do demônio". No Japão feudal as tatuagens eram usadas como forma de punição, tornando-se sinônimo de criminalidade. Para o japonês, ser tatuado era pior do que a morte. Mais tarde, na Era Tokugawa, ser criminoso se tornou sinônimo de resistência, popularizando a tatuagem. Foi nessa época que surgiu a Yakuza, a máfia japonesa, cujos membros têm os corpos todos pintados em sinal de lealdade e sacrifício à organização. O Tebori  é a tradicional arte japonesa de tatuar manualmente. Os chineses acreditavam que as tatuagens desviavam o mal de quem as possuía e marcavam a pele com labirintos sinuosos para confundir os olhos do inimigo.


Na América, tanto as tribos indígenas dos Estados Unidos, quanto as civilizações Maias e Astecas, eram praticantes da tatuagem. Para os Índios Sioux, tatuar o corpo servia como uma expressão religiosa e mágica. 


Os Maias, mais próximos da linha do Equador, tinham o costume de gravar as imagens dos seus deuses, os Deuses de Pedra, na própria pele.


A tatuagem foi introduzida no Ocidente no século XVIII, com as explorações que colocaram os europeus em contato com as culturas do Pacífico. Nessa época não existiam tatuadores profissionais, mas alguns amadores já estariam a bordo dos navios e em grandes portos. Na segunda metade do século XIX, as tatuagens viraram moda entre a realeza européia.


No final do século XIX, a febre da tatuagem espalhou-se na Inglaterra como em nenhum outro país da Europa. Graças à prática dos marinheiros ingleses em tatuarem-se. Vários segmentos da sociedade inglesa se tornaram adeptos da arte. Mas mesmo com a realeza tendo sido tatuada, a maioria das pessoas insistia em associar o ato de tatuar com uma propensão à criminalidade e marginalidade. Outros interpretavam a penetração da carne como uma tendência à homossexualidade.


A palavra tatuagem origina-se do inglês tattoo. O pai da palavra "tattoo" foi o capitão James Cook , que escreveu em seu diário a palavra "tattow", também conhecida como "tatau", uma onomatopéia do som feito durante a execução da tatuagem, em que se utilizavam ossos finos como agulhas, no qual batiam com uma espécie de martelinho de madeira para introduzir a tinta na pele. A partir de 1920 a tatuagem foi ficando mais  comercial, tornando-se mais popular entre americanos e europeus.


Surgindo uma gama de tatuadores que eram artisticamente ambiciosos. Eles acharam muitos clientes nas décadas de 50 e 60. Durante muito tempo, nos Estados Unidos, a tatuagem esteve associada a classes sócio-econômicas mais baixas, aos militares, aos marinheiros, às prostitutas e aos criminosos.


A tatuagem elétrica chegou ao Brasil em junho de 1959, através do dinamarquês "Knud Harld Likke Gregersen", que ficou conhecido como "Lucky Tattoo". Knud dizia que suas tatuagens davam sorte, e em menos de seis meses, Lucky já era notícia de TV.


A grande popularização da tatuagem nas Américas começou nos anos 70, na Califórnia. Hoje em dia, é difícil encontrar alguém que não tenha ao menos pensado em fazer uma tatuagem.


A chamada "arte na pele" cada vez mais perde o estigma marginal que costumava caracterizá-la e está nos corpos de pessoas de várias idades e classes sociais. De uma simples marca tribal até gigantescos dragões, elas deixaram a clandestinidade para ganhar as ruas. As tattoos, hoje, no mundo da estética, são muito bem recebidas na recomposição de sobrancelhas, delineamento dos olhos e lábios, cobertura de manchas e cicatrizes. Lentamente, a tatuagem também passa a ser reconhecida como arte, graças as iniciativas dos tattoo clubs de todo o mundo que promovem exposições, competições entre os melhores trabalhos e realizam convenções para a atualização e modernização dos métodos de aplicação e de assepsia.


Mesmo com toda essa evolução, o fato é que, até hoje, muitas pessoas são discriminadas, como os povos antigos, por terem os seus corpos tatuados. Mas apesar de toda a propaganda contrária, mais e mais pessoas se dispõem a sacrificar suas peles para gravar figuras que cativam, excitam, polemizam e embelezam os seus corpos.


sábado, 1 de outubro de 2011

História da Tatuagem - Parte 1


O conceito de origem independente se adequa a tatuagem, pois ela foi inventada várias vezes, em diferentes momentos e partes da Terra, em todos os continentes, com maior ou menor variação de propósitos, técnicas e resultados. Para entender o conceito de multinascimento, alguns críticos supõem que a tatuagem estava na bagagem das grandes migrações dos grupos humanos e por isso passou de um povo para o outro.


Através da arte pré-histórica podemos encontrar vestígios da existência de povos que cobriam o corpo com desenhos. Em vários exemplares de arte rupestre, foram encontrados desenho de formas humanas com pinturas em seus corpos, assim como estatuetas com esses mesmos desenhos corporais indicando a possibilidade da existência da tatuagem nesses povos. 

No entanto, foi com a descoberta das múmias que ficou provado real e concretamente que a arte da tatuagem acompanha o homem desde o seu surgimento.


A Múmia mais antiga do mundo foi encontrada em 1991, na Itália e data de 5.300 anos antes de Cristo, conservou-se congelada em um bloco de gelo e tinha tatuagens acompanhando toda a espinha dorsal, além de uma cruz numa das coxas e desenhos tribais por toda a perna. A segunda múmia mais antiga do mundo é de uma princesa egípcia que apresentava um grande espiral desenhado na barriga, região do baixo ventre, que alguns antropólogos relacionaram a possíveis rituais de fertilidade. Outras múmias apresentaram tatuagens de conteúdo mágico ou médico.

Em algumas delas, como na múmia de uma sacerdotisa de 2000 a.C havia linhas horizontais e paralelas à altura do estômago, possivelmente para proteção contra gravidez ou doenças. Múmias com os mesmos tipos de sinais foram encontradas no vale do rio Nilo. Segundo especialistas, as tatuagens em múmias do sexo feminino tinham um efeito cosmético, para realçar seus encantos.


Em escritos antigos de Heródoto, há citações sobre a existência de um povo muito antigo no norte Europeu que tinha o costume de fazer desenhos definitivos pelo corpo, esses povos eram denominados Pictus, por esse mesmo costume. Os Pictus não se tatuavam por vaidade. Acreditavam que as tatuagens lhes davam poder e força e que os desenhos ficavam impressos na alma para que eles pudessem ser identificados após a morte por seus antepassados. Seus guerreiros recebiam as tatuagens depois de um ato de bravura.


As linhas entrelaçadas dessas tatuagens, complicadíssimas de serem realizadas, serviam para distrair o inimigo, além de representarem a interconexão de todas as coisas sobre a terra. Os nativos da Polinésia, Filipinas, Indonésia e Nova Zelândia (maori), tatuavam-se em rituais complexos, sempre ligados à religião. Os maori se destacaram pela criatividade do Moko, tatuagem tradicional feita no rosto. Os povos Celtas e Vikings, os dinamarqueses, os normandos e os saxões, também desenvolveram os seus próprios estilos de tatuagem.


A técnica pouco variava, mas os desenhos e motivos das pinturas eram singulares em cada cultura. No Taiti, segundo tradição local, a prática da tatuagem seria de origem divina. Durante o Po" (período obscuro) ela teria sido inventada pelos dois filhos do deus Távora Mata Mata Arahu e Tu Ra"i Po"  que faziam parte do grupo de artesões.

Eles inventaram a tatuagem e ornamentaram-se com um motivo denominado Tao Maro com o intuito de seduzir e tirar a virgindade de uma linda mulher, que era mantida prisioneira e vigiada por sua mãe; Hina Ere Ere Manua, movida pelo desejo de se deixar tatuar, consegue enganar a vigilância da mãe e é finalmente "tatuada". Estes ilustres antepassados são sempre invocados antes de se Iniciar uma tatuagem, a fim de que a tatuagem seja perfeita, que as feridas cicatrizem rapidamente e que os desenhos se revelem agradáveis à vista.


Para os Samoanos, o ato de pintar o corpo marcava a passagem da infância para a maioridade. Enquanto não fosse marcado, o membro da tribo, por mais velho que fosse, não teria voz numa roda de adultos, nem teria permissão para tomar uma esposa para si. A tatuagem também funcionava como instrumento de ascensão social. Quanto mais tatuado fosse o Samoano, mais alto seria seu estatuto na tribo.  Na clandestinidade, sob o jugo do poder pagão, os primeiros cristãos se reconheciam por uma série de sinais tatuados, com destaque para a cruz.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Introdução a Body Art e Body Mod



Tatuagens, Piercings, Implantes, Scarificações (Cicatrizes), Amputações, Ear Pointing (Orelhas Pontudas), Tongue Splitting (Línguas Bifurcadas), Alargadores, Pinturas Corporais, entre outras coisas peculiares, todos já devem ter visto ao menos um ou dois exemplos dos citados...


As reações são as mais diversas, alguns acham legal, bonito, extravagante, feio, ridículo, bizarro, patético, impressionante, belo e mais um milhão de coisas... Mas normalmente não param pra pensar realmente o que levou a pessoa a fazer isso ou aquilo com o próprio corpo... Nem ao menos sabem ou se interessam em saber o que é apenas criticam e discriminam... Vagueiam dentro de sua própria ignorância, ignorância esta imposta pela Sociedade, sem ao menos levar em consideração o ser humano em questão...


Auto-afirmação, inclusão, rebeldia, espiritualidade, desprendimento... Não importa o motivo, o que importa é apenas o indivíduo...
E pra abrir um pouco mais a mente do pessoal, vai ai uma introdução ao Mundo da Arte (Body Art) e Modificação Corporal (Body Mod)


Body Art x Body Mod:

Muitas pessoas utilizam a expressão "Body Art" ao invés de "Body Modification"... Porém, Body Art é geralmente mais amplo incluindo pintura corporal e decorações em geral. A Body Art esta associada a arte conceitual... É uma manifestação das artes visuais, designa uma vertente da arte contemporânea que toma o corpo como meio de expressão e, ou, matéria para a realização dos trabalhos.


A Modificação Corporal, "Body Mod", é a alteração deliberada e permanente do corpo humano por razões não médicas. As práticas de modificação corporal existem há milhares de anos, como as suspensões na Índia, as tatuagens na Oceania, as perfurações na Ásia e na América, e a escarificação na África.


Esses costumes tribais foram descobertos pelos marinheiros europeus no século XVI, mas ficaram marginalizados durante muito tempo. Na década de 60, houve uma valorização da cultura oriental e as tatuagens passaram a ser mais populares. Já as perfurações e os piercings começaram na década de 1970, com os punks. Na década de 90 ocorreu uma explosão de estilos e práticas.


Os padrões estéticos são diferentes para diversos povos e épocas, muitas vezes o que consideramos algo bizarro e feio, para alguns povos é algo com significado especial e busca pela beleza.


Na África diversas tribos possuem algumas práticas e costumes "bizarros". A Tribo Mursi na Etiópia costuma cortar o lábio inferior para introduzir um prato até que o lábio chegue a uma extensão máxima, assim como no lóbulo da orelha. Ao passar dos anos, vão mudando o tamanho do prato para um maior até que a deformação atinja um tamanho exagerado. Apesar de considerarmos uma prática "bizarra", para eles é símbolo de beleza.


As mulheres da tribo Ndebele em Lesedi na África usam pesadas argolas de metal no pescoço, pernas e braços, depois que casam. Dizem que é para não fugirem de seus maridos e nem olharem para o lado.
Esse hábito também pertence as mulheres da tribo Padaung, de Burma no sudoeste da Ásia, conhecidas como "mulheres girafas". Segundo a tradição da tribo, o pescoço das mulheres é alongado, utilizando anéis metálicos e pode alcançar até 30 centímetros. Esses anéis são substituídos até atingirem a fase adulta.
Para o povo Padaung o pescoço é o centro da alma, é a identidade da tribo, por isso protegem muito bem com os anéis de metal, que também são colocados nos pulsos e tornozelos.
Esses aros um dia já foram feitos usando ouro, hoje são de latão e cobre, chegando a pesar até 12 quilos com 8.5 milímetros de diâmetro que começam a serem colocados aos 5 anos. 
Ao contrário do que alguns imaginam essas mulheres não morrem se os anéis forem retirados (elas fazem isso para se lavar), pois não é o pescoço que cresce e sim a clavícula que desce. Após dez anos de uso contínuo, elas sentem como se as argolas fizessem parte de seu corpo.


Em algumas tribos africanas, as escarificações (scarification), marcas feitas com cortes na pele, registram fases importantes na vida de uma mulher. Os cortes são feitos na pele e quando cicatrizam parecem uma renda. Como elas não usam roupas, as cicatrizes tem função estética e servem para deixá-las mais bonitas.
Em algumas regiões da Nigéria, as marcas começam a serem feitas cedo apartir dos 5 anos de idade, em partes específicas do corpo, obedecendo a uma sequência. As jovens só são consideradas adultas e aptas para o casamento quando toda a sequência de desenhos estiver completa.


Cada povo, em cada época, tem suas culturas típicas e costumes ímpares, mas isso nunca desmereceu ou diminuiu a sua importância para a humanidade. Assim como para nós estes costumes podem parecer totalmente incompreensíveis, para outras culturas também pode parecer inaceitável costumes do nosso cotidiano.


E para aqueles que abominam, são contra ou não simpatizam com Modificações Corporais, eu faço um apelo, de que tentem ficar por um Ano inteiro, sem cortar as Unhas, Cabelos, Barba e Pelos, que também são Modificações Corporais. Experimentem imaginar um Mundo sem Body Mod e Body Art, imaginem as pessoas sem maquiagem, esmaltes, brincos, redução de estômago, ponte de safena, marcapasso, cesária,  pinos e platina.


Bem Vindos ao Nosso Mundo! Descubra do que o seu Corpo é Realmente capaz e Mãos a Obra!