terça-feira, 4 de outubro de 2011

História da Tatuagem - Parte 2


A Idade Média baniu a tatuagem da Europa, com o argumento de que era "coisa do demônio". No Japão feudal as tatuagens eram usadas como forma de punição, tornando-se sinônimo de criminalidade. Para o japonês, ser tatuado era pior do que a morte. Mais tarde, na Era Tokugawa, ser criminoso se tornou sinônimo de resistência, popularizando a tatuagem. Foi nessa época que surgiu a Yakuza, a máfia japonesa, cujos membros têm os corpos todos pintados em sinal de lealdade e sacrifício à organização. O Tebori  é a tradicional arte japonesa de tatuar manualmente. Os chineses acreditavam que as tatuagens desviavam o mal de quem as possuía e marcavam a pele com labirintos sinuosos para confundir os olhos do inimigo.


Na América, tanto as tribos indígenas dos Estados Unidos, quanto as civilizações Maias e Astecas, eram praticantes da tatuagem. Para os Índios Sioux, tatuar o corpo servia como uma expressão religiosa e mágica. 


Os Maias, mais próximos da linha do Equador, tinham o costume de gravar as imagens dos seus deuses, os Deuses de Pedra, na própria pele.


A tatuagem foi introduzida no Ocidente no século XVIII, com as explorações que colocaram os europeus em contato com as culturas do Pacífico. Nessa época não existiam tatuadores profissionais, mas alguns amadores já estariam a bordo dos navios e em grandes portos. Na segunda metade do século XIX, as tatuagens viraram moda entre a realeza européia.


No final do século XIX, a febre da tatuagem espalhou-se na Inglaterra como em nenhum outro país da Europa. Graças à prática dos marinheiros ingleses em tatuarem-se. Vários segmentos da sociedade inglesa se tornaram adeptos da arte. Mas mesmo com a realeza tendo sido tatuada, a maioria das pessoas insistia em associar o ato de tatuar com uma propensão à criminalidade e marginalidade. Outros interpretavam a penetração da carne como uma tendência à homossexualidade.


A palavra tatuagem origina-se do inglês tattoo. O pai da palavra "tattoo" foi o capitão James Cook , que escreveu em seu diário a palavra "tattow", também conhecida como "tatau", uma onomatopéia do som feito durante a execução da tatuagem, em que se utilizavam ossos finos como agulhas, no qual batiam com uma espécie de martelinho de madeira para introduzir a tinta na pele. A partir de 1920 a tatuagem foi ficando mais  comercial, tornando-se mais popular entre americanos e europeus.


Surgindo uma gama de tatuadores que eram artisticamente ambiciosos. Eles acharam muitos clientes nas décadas de 50 e 60. Durante muito tempo, nos Estados Unidos, a tatuagem esteve associada a classes sócio-econômicas mais baixas, aos militares, aos marinheiros, às prostitutas e aos criminosos.


A tatuagem elétrica chegou ao Brasil em junho de 1959, através do dinamarquês "Knud Harld Likke Gregersen", que ficou conhecido como "Lucky Tattoo". Knud dizia que suas tatuagens davam sorte, e em menos de seis meses, Lucky já era notícia de TV.


A grande popularização da tatuagem nas Américas começou nos anos 70, na Califórnia. Hoje em dia, é difícil encontrar alguém que não tenha ao menos pensado em fazer uma tatuagem.


A chamada "arte na pele" cada vez mais perde o estigma marginal que costumava caracterizá-la e está nos corpos de pessoas de várias idades e classes sociais. De uma simples marca tribal até gigantescos dragões, elas deixaram a clandestinidade para ganhar as ruas. As tattoos, hoje, no mundo da estética, são muito bem recebidas na recomposição de sobrancelhas, delineamento dos olhos e lábios, cobertura de manchas e cicatrizes. Lentamente, a tatuagem também passa a ser reconhecida como arte, graças as iniciativas dos tattoo clubs de todo o mundo que promovem exposições, competições entre os melhores trabalhos e realizam convenções para a atualização e modernização dos métodos de aplicação e de assepsia.


Mesmo com toda essa evolução, o fato é que, até hoje, muitas pessoas são discriminadas, como os povos antigos, por terem os seus corpos tatuados. Mas apesar de toda a propaganda contrária, mais e mais pessoas se dispõem a sacrificar suas peles para gravar figuras que cativam, excitam, polemizam e embelezam os seus corpos.


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